Reflexões e Pensamentos

I saw people running miles away   Fighting their limits overcoming barriers until the final line comes. And until you get there   You have to run far far away  And have to prepare yourself before But that are races in life that  you have no time to prepare yourself. The challenge is don't be prepared And don't be prepared is the barrier itself. So run can be overcome your own limits. Competition can be overcome yourself. [Christiana Chagas]

Corre o ponteiro do relógio, Vida que segue, Vai em frente, Acelera, Que vai e não espera. Tempo contratempo, Simultaneamente, Evoluindo e involuindo Em universos paralelos. Nascer, morrer Parto, partida Construção, desconstrução Amor, ódio Movimento, estagnação Enfermo, sadio Jovem, senil Rico, pobre Acordado, adormecido Evolução, involução Tempo contratempo, Paralelos e simultâneos, Os ponteiros dão voltas e voltas... Um em cada tempo e espaço Até acabar a pilha, E quando acabar o tempo, Uma pilha nova inicia um novo tempo. Continuando esse ciclo, Tempo contratempo. [Christiana Chagas]

Me pergunto se a sobriedade é mesmo um estado de lucidez. A embriaguez que por um lado diminui os sentidos, amplia a consciência. Então não estaríamos todos lúcidos quando bêbados? Perder os sentidos nos dá uma espécie de licença poética ao nos permitir tamanho grau de lucidez. Pois chega a ser uma lucidez desmedida, já que na rotina da sobriedade não cabem desmedidas. Embora caibam mentiras, Farsas Ou ilusões. Quanta hipocrisia há  na sobriedade, E há quem diga que isso é "ser normal". [Christiana Chagas]

Não estou mais. Estou me ocupando em ser. E não estou mais nem aí, Aliás, nem aí, Nem aqui, Nem lá. Não estou mais disposta a estar, Nem a ir, Nem a ficar. Agora só me disponho a ser. Posso ser tudo, Ou nada, se preferir. Posso ser todas, E até todos, Mas só sendo. Porque já cansei de estar. Então, Sendo assim, Serei.

As vezes penso que queria uma casa feito aquela em Samambaia, Petrópolis,  que a Lota fez pra Elizabeth Bishop. Ampla, com poucos móveis, uma mesa com a máquina de escrever, cadeira, uma estante e muitos papéis. Cercada de muito verde, ar puro e som puro. Sem poluição sonora. Onde eu pudesse parar tudo pra pensar, observar, sentir e escrever. E eventualmente beber para ampliar a consciência, expandi-la. Aliás estou precisando beber. Estou precisando expandir a consciência. [Christiana Chagas]

Parei no meio da ventania e fiquei no meio do vento cruzado. Tentei entender toda aquela confusão. O vento veio, ventou, sacudiu tudo e se foi. Parei de frente ao mar e vi o mar batendo,  Ouvi o mar batendo, Senti o mar batendo, O cheiro do mar, A brisa do mar. E quis mergulhar naquele mar. E mergulhei naquele mar. Contei pro mar todos os medos, Todas as angústias, Todas as decepções, Frustrações. Ele passou a mão em minha cabeça e me deitou na areia molhada. Abri os olhos e vi o céu.  O céu é tão grande, Tão cheio de possibilidades, Tão vasto, As vezes tem nuvens espaçadas, As vezes nuvens tão pesadas, As vezes está limpo (Que quer dizer sem nuvens). Eu gosto do céu limpo. As vezes não está sol, Mas não tem nuvens. As vezes tem nuvens, Mas tá sol. Eu gosto quando vem o sol, Não gosto dele muito forte, Parece que tá brabo.  Gosto quando ele chega de mansinho Trazendo sua luz e esquentando a gente, com aquele calorzinho bom de um abraço gostoso. Um abraço gostoso é gostoso...

O interesse pode ser pejorativo, Pode ser feio. Se interessar por alguém por exemplo. Será que todo mundo que se interessa por alguém, acha realmente esse alguém interessante? Ou tem interesse nessa pessoa? Que interesse é esse?  Tá faltando encantamento nas pessoas. O interesse tá ficando com uma conotação muito mais monetária, material. Eu gosto de me encantar. Por pessoas, Pelo mundo. Se acabar o encantamento, Acaba tudo.  Porque acaba a vontade, O desejo, O tesão, A curiosidade. Mas também não acho que o encantamento deva ser tido como superficial, Como encantador no sentido de algo que logo se vai, algo como um pozinho mágico. Como se tivesse jogado um encanto em alguém. O encantador pode ser profundamente encantador. E haver encantado o encantado profundamente. Sem interesses além do próprio ser encantado.  Enquanto ser que encanta, Com suas habilidades para encantar, Com sua própria maneira de ser, Com o seu ser sem parecer, Com o seu pensar, Seu ag...

Todo meu respeito às minhas falhas, À todos os meus erros. Cair é sempre tão importante quanto se erguer. E cada queda deixa marcas gratificantes, Das quais posso nem sempre me orgulhar, Mas não as quero apagar. Não ouso apagar nada de minha história.  Nem tão pouco existe para isso borracha.  Lembranças, fotografias nem qualquer quinquilharia histórica. Qualquer vírgula, ponto e vírgula, parágrafo, capítulo de minha história já está impresso. Sem revisão ou edição. Sem cortes. Mas a cada capítulo o curso da história pode mudar. Não se recupera tempo perdido, Não se volta atrás. Não me refaço pois não apago nada. Mas me renovo a cada novo capítulo. [Christiana Chagas]