Ela achava que porque tinha trinta e um anos, sua meninice havia ficado lá nos seus doze anos.
Quando jogava volei descalça com os meninos, pulava elástico, e tentava aprender a beijar na boca chupando gelo, enqualto mal sabia fazer bolinha de chiclete.
Aos trinta e um encontra seu amor que cuida como uma menina, diz ser sua menina só porque ela ama doces, pede cupcakes de sobremesa, chama ele pra correr de Kart, e pede suco de um jeitinho que ele acha lindo. Sim ela é sua menina, sua molecona, mas, tem seus dignos 31 anos!
Até que, se depara no banheiro com Catarina (a grande!). Ali! as duas de frente para o espelho. E uma de frente para a outra.
Ela, do alto de seus trinta e um anos! E Catarina (a grande!), toda serelepe e espevitada do alto de seus inocentes doze anos!
Ambas se maquiavam. Ela segurava seu corretivo, para esconder as olheiras.
E Catarina (a grande!) passava sombras coloridas, batom rosa, toda alegrinha, serelepe e espevitada.
Ela disse: Tá se maquiando? (pra quê?)
Catarina (agrande!): Claro! vamos ao shopping (alegrinha e espevitada)
E sairam então, as duas meninas, molecas, de ontem, e de hoje, ou de sempre.
[Christiana Chagas]
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